4º Episódio - Eureka!

No dia seguinte, Zack acordou cedo, deixando o pequeno-almoço servido na cozinha. Saiu e foi correr um pouco pelos arredores de Champs les Sims. Um pouco de exercício só lhe ia fazer bem.



Durante a corrida, Zack não conseguia parar de pensar naquele livro. Quem é Liuhan Liuh afinal? Como é que ele conseguia fazer aqueles milagres? A resposta estava cada vez mais longe, até que interrompe a sua corrida e começa o quarto capítulo:
“Transmite energia com as tuas mãos… deixa-a sair… Não precisamos de medicamentos. Temos as nossas próprias mãos.”
- É estranho… este livro parece que vai adicionando capítulos consoante as minhas dúvidas. – Pensou.
E pode ser verdade. Quando Zack leu pela primeira vez aquele livro para John, a história tinha acabado na página 14. Agora parece que nunca mais acaba.
Zack releu aquela frase.
É claro… Medicina Chinesa. Mas onde é que Zack já ouviu falar disso? Na livraria.
Quando chegou lá, dirigiu-se à funcionária:
- Olhe, desculpe… ainda tem algum livro sobre Medicina Tradicional Chinesa?
- Lamento, mas já foi comprado.
- Bolas! – Queixou-se. – Ao menos sabe quem é que o comprou?
- Sim… acabou de sair daqui! Era uma rapariga ruiva, muito bonita… não me lembro do nome dela.
Zack saiu da livraria. Quando chegou a casa, sentou-se no sofá e abriu o livro. Nem tinha dado conta que Adeline estava mesmo ao seu lado.
- Zack?!
- Oh, Adeline! Desculpa, nem te vi! – Lamentou Zack.
- Não faz mal… também estava entretida com a minha leitura… a Karma ainda não chegou?
- Não, acho que não… - Respondeu Zack.
Passados uns minutos, Zack olhou para o livro de Adeline, e ficou perplexo.
- Esse… esse livro… - Disse Zack com uma voz rouca.
- Sim?
- Compraste-o hoje? Na livraria? – Perguntou Zack.
- Sim… eu adoro este tipo de livros. Mas… estás bem? Estás estranho.
- Não é nada, é só que… Eu queria comprar esse livro.
- Oh… desculpa. – Lamentou Adeline. – Se quiseres empresto-te por uns momentos. Não me apetece ler mais.
- Obrigado.
Zack pegou no livro e sentiu-se estranhamente ansioso. Abriu-o.

Zack folheou atenciosamente o livro, na esperança de encontrar a resposta. Foi então que viu numa página:
“A Medicina Tradicional Chinesa fundamenta-se numa estrutura teórica, sistemática e abrangente, da natureza filosófica. Tendo como base o reconhecimento das leis fundamentais (Index) que governam o funcionamento do organismo humano, e a sua interacção com o ambiente, segundo os ciclos da natureza, procura aplicar esta abordagem tanto ao tratamento das doenças quanto á manutenção da saúde através de diversos métodos. Um deles, é a transmissão de energia pelas próprias mãos. Sabe-se, segundo Liuhan Liuh, que se conseguia curar diversas feridas, de uma forma até agora desconhecida. Os chineses testemunham a seguinte regra: “Transmite energia com a tuas mãos… deixa-a sair… Não precisam de medicamentos, nem de xaropes. Temos as nossas próprias mãos.” Esta frase, era como se fosse uma lei para o profeta, mas ninguém sabe ao certo como se pode fazê-lo, mas há algum tempo, arqueólogos e historiadores procuram o livro, que contém esses mesmos segredos. Presume-se que Liuhan Liuh o guardou numa certa parte da China, e que o selou para que ninguém o encontrasse.”
- Zack tenho de ir! Podes-me devolver o livro? – Perguntou Adeline.
- Oh, claro… aqui o tens! Obrigado!
- De nada.
Zack acompanhou Adeline à porta.
Arrumou o seu livro na estante e foi apanhar ar à beira do rio Sena.
Pelo caminho, encontrou Roberto, que o acompanhou:
- Obrigado por teres servido o pequeno-almoço! – Agradeceu Roberto.
- Não tens que agradecer. – Disse Zack atirando pequenas pedras para o rio.
- A Karma foi buscar o John à escola. Já deve estar a chegar. E… que livro é que andas a ler?



- É um livro normal, que me está a dar a volta à cabeça. – Disse Zack.
- Mas o que é que tem de especial?
- Nada… apenas… história. – Respondeu Zack sem querer falar muito no assunto.
- História… e é isso que faz com que te coles ao livro? – Perguntou Roberto.



- Rob, desculpa, mas não quero falar muito no assunto pode ser? É um livro… pronto. Mais nada.
- Pronto está bem! Já cá não está quem falou! – Exclamou Roberto.
- Não é por nada… só não quero falar do assunto.
- Está bem. Ficas aí? – Perguntou Roberto.
- Sim…
Zack permaneceu a olhar para a água do rio, até que reflectiu o rosto de Tamara. Zack, passou com a mão na água e pensou:
- Tamara… onde estás tu quando eu mais preciso?





No Próximo Episódio:
Zack sente-se estranho... sem vontade de viver... o que se passará?