sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

5º Episódio - Angústia

Ao olhar para a água, Zack sentiu um grande aperto no seu coração. Tudo à sua volta desaparecera num abrir e fechar de olhos. Todas as pessoas, objectos e sítios tinham sido eliminadas da sua mente como se nunca tivessem existido. Zack fecha os olhos, e volta a abri-los. Está tudo negro à sua volta, como se a vida tivesse perdido a cor… como se a vida tivesse perdido o seu sentido…o seu objectivo… o seu rumo. Perdendo as esperanças de continuar com aquela luta pelo desespero. Tentando fugir da tristeza. Tentado fugir do futuro. Zack, sentiu-se sem vontade de viver. Agora Zack quer morrer… agora Zack quer ir para junto de quem mais ama. Para que serve o futuro, se não se viveu o passado? Para que é que serve o amor, se não se pode ser amado? Para que serve a alegria, se esta vida não passa de tristeza e desgosto? Para que serve o sentimento, se ninguém o sente?

Perguntas e mais perguntas invadiam a cabeça de Zack.
Zack estava estático. O seu corpo tinha sido bloqueado pelo desespero e pela angústia. O que se está a passar com Zack?
As suas pálpebras pesavam… até que Zack fecha os olhos e cai redondamente no chão.

Numa imagem turva, que não se sabia se era sonho ou realidade, Zack vê-se numa pequena praia. Levanta-se e esfrega os olhos. Olha em seu redor.

A praia estava desértica, tal como toda a sua vida.
Ao longe, avista um velho. Zack caminha em sua direcção.

- Zack. Vejo que estás sob o efeito de um desmaio. – Afirmou o velho.
- Desculpe… onde estou? Sinto-me estranho.
- É natural… e vais-te sentir assim muitas vezes se não fizeres o que eu te pedi. – Disse o velho pegando no ombro de Zack.
- Mas o que é que me pediu? Quem é você? O que faço aqui?
- Eu sou Liuhan Liuh. – Apresentou-se.
Zack remexeu nos seus pensamentos, até que se lembrou do livro.
- Não é possível…

- Tenha calma! – Exclamou o velho. – O que eu quero de si não é muito. Apenas quero preservar o meu povo. Tal como te disse, escondi o Index de todo o mundo, mas preciso de o reencontrar.
- O senhor não me disse nada!
- Disse… - Afirmou Liuhan. – Ao ler aquelas páginas, era como se você estivesse a dialogar comigo… é por isso que não o conseguia largar! Não o conseguia deixar de ler… não é verdade?
Zack acenou afirmativamente com a cabeça.
- Preciso de si Zack! Mais do que ninguém!

- Mas porquê eu? – Perguntou Zack confuso.
- O senhor tem a chave do meu cofre! O cofre onde está guardado o Index!
- EU? – Perguntou Zack admirado.
- Sim… mas essa chave, nem você sabe onde está! Precisará de a descobrir antes de abrir o meu cofre!
- Mas…
- Estou a ficar sem tempo! Por favor Zack, faça isso pelo meu povo! Ele precisa de si! – Implorou o velho.
De repente, a praia transforma-se novamente no rio Sena. Zack, que estava deitado no chão, levanta-se com uma dor enorme nas costas. Notou que já era tarde, por isso retornou para casa.
- Ah… estava a ver que nunca mais chegavas! – Exclamou Karma quando viu Zack chegar. – O que se passou para demorares tanto?
- Nada…
- Nada? Estava aqui preocupadíssima! – Disse Karma tentando parar o passo de Zack.
- Karma, por favor, deixa-me ir para o meu quarto! – Implorou Zack, sem olhar para Karma.
- O que se passa contigo ultimamente? – Perguntou Karma.
- Nada!
Zack retirou-se para o seu quarto, deitando-se na cama confuso e muito ansioso.
- O que é isto?! – Pensou.

Próximo Episódio:
Será que Zack possui na realidade a chave do cofre de Liuhan Liuh? Como é? Como a poderá descobrir?

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